Um dos principais "conceitos" utilizados pela psicologia budista é o da impermanência. Aliás, impermanência não é um conceito e sim um fato. O problema é que nós ocidentais, raramente paramos para pensar na fragilidade da nossa vida humana.
Vivemos como se as tragédias, as separações, acidentes, desencontros só ocorressem com os outros. Nunca paramos para pensar sobre o fato de que um dia morreremos. Isto é tão óbvio que não damos a importância devida a esta certeza.
Vivemos como se só os outros morressem amanhã. Nós sabemos que morreremos, mas sempre imaginamos que será num horizonte de longo prazo, nunca pensamos que isto pode ocorrer no dia seguinte ou na semana seguinte.
Isso traz como resultado um modo de viver em que tudo se posterga, principalmente em se tratando de nossa evolução espiritual.
Nesse sentido as coisas "mundanas" são aproveitadas até o máximo de tempo possível. Então ainda dá tempo de tomar uns porres, dar um chapéu na namorada, comer uma junkie food... enfim, aí um dia quando tudo isso não fizer mais sentido, aí sim é hora de me preocupar com as coisas do espírito...
O problema nesse sentido é que podemos morrer no meio desse caminho. E a pergunta que fica é que "porra" então nós viemos fazer nessa terra? Tomar uns gorós, sair com a mulherada, tirar uma onda com os amigos e... e aí a vida termina nisso?
Outro dia desses conversava com o partner da consultoria em que trabalho e estávamos falando sobre isso. Estavamos discutindo o que ocorre quando uma pessoa passa por uma situação de "quase morte", um acidente, uma doença um perigo, um assalto... enfim um momento em que o indivíduo vê a morte diante de si...
É impressionante como essas situações transformam a vida da pessoa. Ela começa a questionar tudo: seus relacionamentos, seu trabalho, sua família, suas amizades...
A pergunta que fica é como conseguimos passar uma vida inteira sem sentido durante tanto tempo, achando que tudo é normal e que tudo faz sentido...
Enfim, demorou "um pouco" para eu começar a refletir sobre isso, mas aos poucos começo a entender o verdadeiro sentido das coisas... é só o começo, mas é um bom começo...